Notícias Educação de Brusque recebe kits de artesanato indígena Elementos vão ser trabalhados com os estudantes da Educação Infantil BRUSQUE 19 de abril de 2022 Animais esculpidos em madeira, maracás, cestos de vime e colares. Todos esses itens confeccionados pela tribo Mbyá-guarani do Rio Grande do Sul passam a compor o acervo pedagógico da Rede Municipal de Ensino de Brusque, que vai utilizar os materiais com os alunos da Educação Infantil na temática da história e cultura indígena. A entrega dos conjuntos de elementos, doados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) foi realizada na manhã desta terça-feira (19), Dia do Índio, no Salão Nobre da Prefeitura. A Diretora Educação Infantil da Prefeitura de Brusque, Fabrine Verdi, explica que, neste momento, são, ao todo, 12 escolas contempladas com os kits. “Mas, eles vão circular nas demais escolas enquanto a gente não recebe mais materiais para todas as unidades da rede”. Cada kit é formado por oito animais feitos de madeira, cinco maracás, nove cestos de vime em tamanhos, formatos e cores diferenciados, e nove colares, para que os professores trabalhem, de forma lúdica, com brincadeiras, a criatividade das crianças, os sons com os bebês, as texturas. “Principalmente os animais, o que mais chamou atenção das crianças e nossa também, porque foge daquele padrão de brinquedo industrializado, além de valorizar e enaltecer a cultura da população indígena”. A Secretária de Educação, Eliani Aparecida Busnardo Buemo, lembra a trajetória desde que parte do corpo técnico do município conheceu o projeto. “Estivemos com profissionais da SEME em visita à cidade gaúcha de Novo Hamburgo em 2021 e percebemos em todas as escolas havia brinquedos diferentes, não industrializados, animais feitos de madeira, maracás, cestos e em contato com a equipe de lá, descobrimos que recebem por doação esse material do DNIT do Rio Grande do Sul, que adquire a produção indígena e distribui gratuitamente nas escolas para que o índio não tenha essa necessidade ir para as rodovias fazer essa venda”. Ela conta que o contato com o DNIT gaúcho foi feito, o pedido apresentado e a cidade, então, contemplada com esses kits entregues hoje, que servirão para que o estudante brusquense possa conhecer, e assim, preservar essa cultura. Para o Vice-Prefeito Gilmar Doerner, a ação do DNIT representa dignidade para a população indígena. “Assim, eles não necessitam sair e se colocar em perigo para o comércio de seus produtos a fim de garantir a sua subsistência e a manutenção da sua cultura. Admiro essa capacidade que o índio tem, a técnica, para elaborar esses produtos tão lindos”. Segundo o Vice-Prefeito, é fundamental que o conhecimento dos povos indígenas seja passado de geração em geração e que seja respeitado pelos outros povos que vivem no território brasileiro. “Essa população precisa da nossa atenção e do nosso respeito. Temos de valorizar a eles, que já estavam aqui quando chegamos”, conclui. Após o ato oficial, as caixas com os materiais foram entregues às Unidades de Educação Infantil, definidas por sorteio. Os elementos vão auxiliar os professores no trabalho pedagógico como forma de valorizar e divulgar o trabalho desse grupo populacional, ao democratizar a arte e incentivar a diversidade cultural. Compensação O kit de artesanato é resultado das medidas de compensação ambiental devido aos impactos causados pela duplicação da BR-116 no Rio Grande do Sul à comunidade indígena Mbyá-Guarani, que com a obra, teve suprimidos seus pontos de venda do acostamento da rodovia. O artesanato é atividade tradicional e a principal fonte para obtenção de recursos diários para os Mbyá-Guarani. E, como a obra viária afetou os pontos de comercialização dos produtos, o DNIT busca mitigar este impacto com a aquisição de peças, doadas principalmente a escolas e outras instituições ligadas ao ensino, de modo a enriquecer o currículo escolar e ampliar o conhecimento e a visibilidade destas comunidades. A medida segue diversos dispositivos legais de âmbito ambiental e indigenista, assim como a Lei Federal 11.645, de 2008, que tornou obrigatório o ensino das culturas indígenas nas escolas públicas e privadas brasileiras. Além de tratados internacionais que garantem diversos direitos indígenas, a exemplo da Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que busca superar práticas discriminatórias que afetam os povos indígenas e assegurar que participem da tomada de decisões que impactam suas vidas. Inscreva-se na newsletter. CIDADÃO IMPRENSA Cidadão Inscreva-se em nossa newsletter [newsletter_signup_form id=3] Imprensa Inscreva-se em nossa newsletter [newsletter_signup_form id=4]