Artista que “deu vida” ao Parque das Esculturas relembra trajetória 

Alfi Vivern recebeu diretoria de Turismo de Brusque e contou diversas histórias

BRUSQUE

  21 de março de 2024


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Artista que “deu vida” ao Parque das Esculturas relembra trajetória 

A arte nem sempre é compreendida, mas muitos dizem que ela deve ser sentida e que nem sempre há um sentido em que se buscar. Há uma história  em que numa exposição de Henri Matisse, pintor francês,  uma senhora se voltou para o quadro Gypsy e disse ao pintor: “Nunca vi mulher de barriga verde…”, e  ele teria respondido: “Minha senhora, isto não é uma mulher; é uma pintura”. A resposta racional e sem emoção nem sempre  faz parte do cotidiano de um artista. Alfi Vivern, artista plástico argentino, que presidiu as sete edições  do  Simpósio Internacional de Esculturas, que culminou no Parque das Esculturas de Brusque, é o tipo de pessoa cuja obra e vida são cercadas de emoções.

Vivern, cujo ateliê é um misto de galeria de arte e museu a céu aberto, recebeu uma equipe da diretoria de Turismo em seu espaço de trabalho na cidade de Campo Magro, no Paraná. O encontro faz parte de uma das ações de celebração de 10 anos do parque. O artista, visivelmente emocionado, explica sobre o processo criativo e volta ao tempo contando histórias com sorrisos e o sotaque portenho que nunca perdeu.

Alfi, que chegou no Brasil ainda na década de 70, explica que o trabalho com a arte foi uma consequência. “Eu era artesão e fui autodidata,” caminha mostrando as obras e as maquetes, sem saber diferenciar uma ou outra, tudo compõe o ateliê. O artista, que tem grande parte de seu trabalho feito em mármore branco, com obras enormes, explica como é o processo, já que muitas delas pesam muitos mais de 100 quilos e têm tamanhos diversos. “Se eu vou fazer uma obra de 15m, primeiro eu faço uma maquete de 1,5m,” mostrando o modelo de uma obra sem título do gaúcho Xico Stockinger, cujo a original está no parque em Brusque.      

Entre uma história e outra, a relatividade do tempo de Einstein ganha mais sentido. O tempo, esse que está presente na obra de Alif. “Filma aquele relógio, filma aquele relógio…,” salientava o artista querendo mostrar que o passar do tempo não depende de ponteiros, ele é em si e passa. Emocionado, ele insistia em mostrar um relógio sem ponteiros, uma de suas artes. 

Sempre acompanhado da esposa, Maria Inés Di Bella, Vivern aproveitou a ocasião para dar uma entrevista para um documentário que está sendo produzido para celebrar os 10 anos do parque, que ocorre neste ano. Outros artistas que participaram dos simpósios também vão compor a obra audiovisual que está sendo preparada.   

Alfi Vivern
Alfi Vivern nasceu em Buenos Aires, em 12 de setembro de 1948. Frequentou o instituto Di Tella de Buenos Aires, Argentina. Chegou ao Brasil em 1972 e montou o primeiro atelier na Bahia. Atualmente, vive e trabalha em Curitriba, PR. Dentre suas exposições destacama-se: Internationale Positionen Zeitgenössischer Steinbildhauerei Kunststaion Kleinsassen, em Fulda, na Alemanha, Symposium, Les Géants, Oberhaslach France, em 2003, 7a Aswan International Sculpture Symposium, Cairo, Egito, Faxinal das Artes, Faxinal do Céu, PR, em 2002.

O Parque das Esculturas de Brusque, Ilse Teske
Em 2001 Brusque recebeu o 1º Simpósio Internacional de Esculturas, evento que se manteve até o ano de 2007. Neste período, Brusque teve a presença de renomados escultores que projetaram mais de 100 obras de artes. Com essas obras, em 2014 foi criado o Parque das Esculturas Ilse Teske, hoje ele possui 40 obras esculpidas em mármore, de artistas de várias partes do mundo, e é considerado o maior do gênero a céu aberto da América do Sul.

Texto: João Paulo da Silva/SECOM da Prefeitura de Brusque
Fotos: Gabi Buss/Diretoria de Turismo da Prefeitura de Brusque

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