Brusque promove palestra sobre proteção social para crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência

Audiência pública reforça compromisso governamental na definição de fluxo de atendimento

BRUSQUE

  18 de fevereiro de 2025
Brusque promove palestra sobre proteção social para crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência

A Prefeitura de Brusque, em parceria com o Comitê de Gestão Colegiada da Rede de Cuidado e Proteção Social de Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência, promoveu, nesta segunda-feira (17), uma capacitação voltada à rede de atendimento a crianças e adolescentes em situação de violência. O evento ocorreu na Uniasselvi e reúne mais de 300 profissionais de diversas áreas, incluindo Assistência Social, Saúde, Educação, forças de segurança e representantes do Poder Judiciário.

O objetivo da formação foi aprimorar o acolhimento e a proteção de crianças e adolescentes vítimas de diferentes tipos de violência. As atividades foram conduzidas pelo Instituto Ranai, referência na capacitação do setor público por meio de palestras, cursos, supervisões e seminários.

O tema central da discussão foi a Revelação Espontânea, momento em que a criança ou o adolescente compartilha informações sobre a violência sofrida com alguém de sua confiança. Já nesta terça (18) e quarta-feira (19), a capacitação será direcionada a um grupo específico de 50 profissionais da rede, que serão treinados sobre Escuta Especializada.

Durante a formação, também é abordada a Lei nº 13.431/2017, conhecida como Lei da Escuta Protegida, que estabelece diretrizes para a escuta especializada e o depoimento especial de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência.

“A lei existe justamente para combater a revitimização das crianças”, destaca o psicólogo Rudinei Luiz Beltrame, do Instituto Ranai. “Em muitas situações, elas precisam relatar a violência sofrida a diferentes serviços, revivendo o trauma. Sabemos que são experiências extremamente difíceis, envolvendo culpa e medo. Quando a criança recebe uma abordagem acolhedora e direcionamento adequado, ela se sente mais segura e confiante para buscar apoio na rede de proteção”, explica.

Já a integrante do Comitê de Gestão Colegiada, Cristiane dos Santos, reforça a importância do preparo dos profissionais para garantir um atendimento sensível e eficaz. “Proteger nossas crianças e adolescentes é uma responsabilidade coletiva. Quando fazem uma revelação espontânea de violência, eles depositam em nós sua confiança e busca por segurança. Precisamos estar preparados para acolhê-los com sensibilidade, evitando causar mais sofrimento. A Lei da Escuta Protegida não é apenas um protocolo, mas um compromisso com a dignidade e os direitos desse público. Ao fortalecermos a rede de atendimento, damos um passo essencial para garantir que nenhuma criança seja silenciada ou revitimizada”.

Ainda nesta segunda-feira, no período da noite, foi realizada, na Câmara de Vereadores de Brusque, uma audiência pública para apreciação e discussão da versão preliminar do Protocolo Municipal de Atendimento de Crianças e Adolescentes em Situação de Violência.

Na oportunidade, técnicos de Desenvolvimento Social e população puderam discutir o fluxo de atendimento que deverá ser formalizado no município.

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